sábado, 3 de novembro de 2007

Genialidade.





Na súbita fúria assumida, ele destruiu o ateliê. Não restaram telas, tintas, nada! Tudo se foi pelos ares tamanha raiva que empregara em cada golpe desferido.

No fim, já sem forças e completamente atordoado olhou longamente as paredes: Tudo estava completamente novo! Diversos tons e texturas! Até que enfim descobrira um novo matiz com aquele descorado amarelo ocre quando respingado com aquele semi-inútil azul cobalto.

Sentiu-se por fim, completo.
Redesenhara toda uma vida falsa, destinada apenas a seguir os traços que outros pintavam.

Suspirou aliviado: - Estou em cores, vivo!

Não era mais o mesmo homem. Não pintaria mais simples retratos sem expressões, sem vida, o lugar - comum.

Não era mais igual, nunca mais seria: A arte tomara conta de suas veias.

Achara, finalmente, seu toque de genialidade.


(Jessiely)

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