domingo, 10 de agosto de 2008

Episódios verídicos de inverdades.



Dia desses, eu sei, bem sei, você pira. Deixa esse uísque falsificado, esse vinho barato, esse gosto pela boemia e por Nelson.
Dia desses, você deixa seu sotaque e pega um sonho na palma da mão, assim, macio.
Eu sei, Baby. Reconheço que você é lindo e que esse seu cabelo enroladinho me tira do sério. Mas, você há de convir, que suas promessas não têm calibre e confessar logo que eu vou ficar só... no meio de uma poesia.
E daí? Castigo! Já roubei poesias de outras musas, lembra?
Alguém, (que terá que ter olhos verdes) ainda sentará na sua cama pra te ouvir, sério, recitar um verso bandido. Depois, vai olhar no teu olho que, sensível, faz pairar uma revolução de fragmentos e melancolias seculares.
Eu não sei como você consegue.
Ela também não saberá...
O fato é que, depois que você deixar esse uísque falsificado, esse vinho barato e esse gosto pela boemia e por Nelson, eu já terei aparecido como moça decidida: Comprado uma vida nova, um novo par de tênis, uns livros científicos e - não, não olhe agora, que estou chorando - sumido na última curva, aquela das tua juras eternamente esquecidas.
Ficarão teu jeito de sorrir e a maciez dos sonhos e, quem sabe, alguma trilha sonora que te assombrará nas noites mais longas e frias da sua jornada.
Como esse meu desespero insone, às 4 da madrugada.
(Jessiely Soares)

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