sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Por teus olhos castanhos


O dia está seco
O Sol quase mata quem atravessa o leito do que antes fora um rio.
(Caminha-se por toda a extensão rachada e marrom-acinzentada do que antes era um límpido afluente azul.)
Os transeuntes apressam o passo.
Param debaixo dos Umbuzeiros como se quisessem retomar as forças para persistir na caminhada.
Recorrem às sombrinhas.
Algumas senhoras abanam as saias, na esperança que algum vento atrevido diminua-lhes o calor.
E necessitam. O calor está de matar lá fora.
Eu aqui vejo tudo pela janela, debruçada sobre uma brisa que vem não sei de onde.
Porém, se teus olhos castanhos me fitassem e me pedissem para ficar alheio a tudo e te admirar na calçada, eu ficaria sob o Sol a pino...
E teria frio hoje.
(Jessiely Soares)

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