Na súbita fúria assumida, ele destruiu o ateliê. Não restaram telas, tintas, nada! Tudo se foi pelos ares tamanha raiva que empregara em cada golpe desferido.
No fim, já sem forças e completamente atordoado olhou longamente as paredes: Tudo estava completamente novo! Diversos tons e texturas! Até que enfim descobrira um novo matiz com aquele descorado amarelo ocre quando respingado com aquele semi-inútil azul cobalto.
Sentiu-se por fim, completo.
Redesenhara toda uma vida falsa, destinada apenas a seguir os traços que outros pintavam.
Suspirou aliviado: - Estou em cores, vivo!
Não era mais o mesmo homem. Não pintaria mais simples retratos sem expressões, sem vida, o lugar - comum.
Não era mais igual, nunca mais seria: A arte tomara conta de suas veias.
Achara, finalmente, seu toque de genialidade.
(Jessiely)
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