terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sobre as estrelas do meio dia




Ele não disse muita coisa.
Moleque de fim de tarde, chegou calado, malandro. Deitou a cabeça em seu colo e adormeceu.
Não sem antes fazer um arco de anjos voláteis passearem pela neblina.

Era noite quando o sono retirou-se do aposento. Na varanda duas estrelas brincavam com as corujas.

Ela segurou suas mãos, sorriu os olhos de mar naqueles olhos de fruta-madura e penduraram um pano florido de chita na janela.
E foi tanto mistério de chuva fina que a primavera nasceu veloz.

De cílios e sorrisos, varal de noites calmas, nunca mais aquele peito hibernou.



(Jessiely Soares)




Foto de: »»SCALABITANO««

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