sábado, 31 de maio de 2008

Pacto de amor sem fim.




Não se engane, esses olhos verdes nem sempre me refletem e a noite ainda não me revelou. Tenho mistérios guardados a sete chaves, dentro de uma velha garrafa, na minha caixa de sapatos e recados escondida no fundo do armário de cerejeira.

E te conto onde me guardo porque não tenho medo de que me descubras. Você não subiria até meu sótão apenas para me ler, não iria tão longe por mim.

Um dia desses, te narro meus últimos feitos e você vai sorrir. 
Pouco me importa, não vim até aqui pra te encontrar nem pra beber do seu uísque. Eu vim porque gosto do seu cabelo assanhado e do teu olhar de menino - E pelo fato de que te pinto da forma que eu quero, e na verdade, bem verdade, eu sempre arranco esse teu cd de jazz e coloco outro. Qualquer outro, mas arranco esse. Também te jogo um brinco, uma tatuagem. Uma camisa florida. Você canta Elvis pra mim e eu danço.

Mas, de tudo, o que mais me fascina, é quando você, rendido, encosta seu pé quente no meu pé gelado, e me tira o vinho das mãos. Me aconchega sutil no canto da cama, da mesa, do sofá.
 
Me pede pra ser poetisa e te dizer uns versos bem clichês... E eu digo.
Então, sinto teu medo palpitar na minha mão e adormeço.
Parto. Retorno.
Por teu cabelo assanhado e por teu olhar de menino.

No dia em que você crescer, não volto aqui, terá partido toda a graça desse desencontro.
(Jessiely Soares)

2 comentários:

  1. amor, linda prosa, agora, deixa eu ouvir meus cds de jazz
    eaieaiueahae

    ficou lindo mesmo
    te amo!

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  2. heheheheh

    Deixo, amor, deixo.
    Você canta Elvis pra mim?

    =***

    Obrigada, visse?
    =)amo-te!

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